A centralidade assumida pelo município/cidade de Vitória da
Conquista numa vasta área de influência é algo bastante notório, que encontra
explicação em diversos fatores, dentre eles, a sua situação e localização
geográfica. De certa forma, ela é uma cidade de entroncamento, cruzada por
rodovias importantes tanto no sentido norte sul (BR-116), como leste oeste
(BR-407), ligando o extremo oeste do Estado (Barreiras, por exemplo) ao
litoral. Esta posição estratégica contribuiu para que, desde há muito, ela
tivesse esse papel de arregimentadora de uma área cada vez mais crescente e
como já dito de difícil demarcação, congregando, hoje, (conforme estimativas de
empresários locais) uma região de aproximadamente 2 milhões de habitantes.
A relação de interdependência entre a cidade e a região é tanto um
fator favorável como desfavorável. Favorável porque representa em seu todo um
montante que, do ponto de vista do mercado consumidor, é algo nada desprezível,
por outro lado é prejudicial porque reproduz uma rede urbana extremamente
desigual, que na escala dos 24 municípios (pertencentes ao território da Região
de Vitória da Conquista).
Considerando a totalidade da população dos municípios destacados
(regionalização em Territórios Rurais), de forma absoluta, a população urbana
(376.801 habitantes) é superior à população rural (333.390 habitantes).
Todavia, ao subtrairmos os valores correspondentes ao município de Vitória da
Conquista, (população urbana 225.545 e rural 36.949) e tratarmos os demais
individualmente essa situação tem que ser relativizada, o predomínio urbano não
se sustenta. Dos 24 municípios destacados (TRVC), 20 têm população rural
superior à população urbana. Apenas os municípios de Cândido Sales, Poções,
Planalto e Vitória da Conquista possuem taxas de populações urbanas maiores.
Com relação aos demais, além da população rural ser em maior número, o seu
percentual, em alguns casos, chega a valores bastante expressivos: Anagé (86,5%
população rural), Aracatu (79,4% população rural), Belo Campo (54,2% população
rural), Bom Jesus da Serra (81,4% população rural), Caetanos (82,3% população
rural), Caraíbas (91,7% população rural), Guajeru (86,4% população rural),
Maetinga (85,6% população rural), Mirante (90,6% população rural), Piripá
(67,5% população rural), Ribeirão do Largo (70,9% população rural), Tremedal
(83,5% população rural).
Vale à pena mencionar,
ainda, que, além do predomínio de população rural, entre os 24 municípios
considerados, 50% deles possuem indicadores sócio-econômicos que os colocam ou
colocaram entre os mais baixos do Estado da Bahia, sendo contemplados, no início
da década de 2000 e final de 1990, pelo Programa Estadual Faz-Cidadão voltado
aos municípios baianos com os mais baixos indicadores sociais e econômicos:
Anagé, Aracatu, Belo Campo, Bom Jesus da Serra, Caetanos, Caraíbas, Mirante,
Ribeirão do Largo, Tremedal, Guajeru, Maetinga, Piripá.
Considerando esse mesmo
recorte (o TRVC, composto por 24 municípios), por outro lado, é importante
frisar que a agricultura familiar assume grandes proporções, ocorrendo em 16
dos 24 municípios desse agrupamento em percentuais acima de 95%, dentre os
quais se destaca o município de Guajeru, com o maior índice: 99,7%. De um total
de 38.185 estabelecimentos rurais, 34.444, cerca de 90%, são ocupados pela
agricultura familiar, correspondendo a uma área de 1.054.803 ha do total de
1.723.641 ha. Mesmo assim, 9,8% dos estabelecimentos rurais voltados à
agricultura patronal absorvem 38,8% da área territorial, enquanto a familiar,
com 90,2% dos estabelecimentos, comporta 61,2% da área.
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