terça-feira, 7 de maio de 2013

A cidade e região de Vitória da Conquista, Bahia



A centralidade assumida pelo município/cidade de Vitória da Conquista numa vasta área de influência é algo bastante notório, que encontra explicação em diversos fatores, dentre eles, a sua situação e localização geográfica. De certa forma, ela é uma cidade de entroncamento, cruzada por rodovias importantes tanto no sentido norte sul (BR-116), como leste oeste (BR-407), ligando o extremo oeste do Estado (Barreiras, por exemplo) ao litoral. Esta posição estratégica contribuiu para que, desde há muito, ela tivesse esse papel de arregimentadora de uma área cada vez mais crescente e como já dito de difícil demarcação, congregando, hoje, (conforme estimativas de empresários locais) uma região de aproximadamente 2 milhões de habitantes.
A relação de interdependência entre a cidade e a região é tanto um fator favorável como desfavorável. Favorável porque representa em seu todo um montante que, do ponto de vista do mercado consumidor, é algo nada desprezível, por outro lado é prejudicial porque reproduz uma rede urbana extremamente desigual, que na escala dos 24 municípios (pertencentes ao território da Região de Vitória da Conquista).
Considerando a totalidade da população dos municípios destacados (regionalização em Territórios Rurais), de forma absoluta, a população urbana (376.801 habitantes) é superior à população rural (333.390 habitantes). Todavia, ao subtrairmos os valores correspondentes ao município de Vitória da Conquista, (população urbana 225.545 e rural 36.949) e tratarmos os demais individualmente essa situação tem que ser relativizada, o predomínio urbano não se sustenta. Dos 24 municípios destacados (TRVC), 20 têm população rural superior à população urbana. Apenas os municípios de Cândido Sales, Poções, Planalto e Vitória da Conquista possuem taxas de populações urbanas maiores. Com relação aos demais, além da população rural ser em maior número, o seu percentual, em alguns casos, chega a valores bastante expressivos: Anagé (86,5% população rural), Aracatu (79,4% população rural), Belo Campo (54,2% população rural), Bom Jesus da Serra (81,4% população rural), Caetanos (82,3% população rural), Caraíbas (91,7% população rural), Guajeru (86,4% população rural), Maetinga (85,6% população rural), Mirante (90,6% população rural), Piripá (67,5% população rural), Ribeirão do Largo (70,9% população rural), Tremedal (83,5% população rural).
Vale à pena mencionar, ainda, que, além do predomínio de população rural, entre os 24 municípios considerados, 50% deles possuem indicadores sócio-econômicos que os colocam ou colocaram entre os mais baixos do Estado da Bahia, sendo contemplados, no início da década de 2000 e final de 1990, pelo Programa Estadual Faz-Cidadão voltado aos municípios baianos com os mais baixos indicadores sociais e econômicos: Anagé, Aracatu, Belo Campo, Bom Jesus da Serra, Caetanos, Caraíbas, Mirante, Ribeirão do Largo, Tremedal, Guajeru, Maetinga, Piripá.
Considerando esse mesmo recorte (o TRVC, composto por 24 municípios), por outro lado, é importante frisar que a agricultura familiar assume grandes proporções, ocorrendo em 16 dos 24 municípios desse agrupamento em percentuais acima de 95%, dentre os quais se destaca o município de Guajeru, com o maior índice: 99,7%. De um total de 38.185 estabelecimentos rurais, 34.444, cerca de 90%, são ocupados pela agricultura familiar, correspondendo a uma área de 1.054.803 ha do total de 1.723.641 ha. Mesmo assim, 9,8% dos estabelecimentos rurais voltados à agricultura patronal absorvem 38,8% da área territorial, enquanto a familiar, com 90,2% dos estabelecimentos, comporta 61,2% da área.

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