segunda-feira, 12 de agosto de 2013

OS CONJUNTOS HABITACIONAIS IMPLANTADOS PELO BANCO NACIONAL DE HABITAÇÃO (BNH): VERDADEIROS VETORES NA ESPANSÃO URBANA DE VITÓRIA CONQUISTA




Os conjuntos habitacionais, resultantes da política habitacional do país encabeçada pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), são decisivos na produção urbana de Vitória da Conquista. No Estado da Bahia, a URBIS (Habitação e Urbanização da Bahia S/A) associada ao BNH, construíram significativos conjuntos habitacionais. Em Vitória da Conquista iniciou-se nos anos de 1970 com a implantação dos conjuntos BNH e URBIS I, no Bairro Candeias. Neste bairro existem também os INOCOOPs (Cooperativa para Construção de Habitação Popular) I e II, construídos no início da década de 1980, quando vários outros foram edificados - URBIS II, III IV e V na direção da estrada que leva a Brumado; URBIS VI na saída para o município de Itambé.
Os primeiros conjuntos ocuparam uma zona residencial, potencialmente destinada à classe média (B.Candeias), confundindo aquilo que, simbolicamente, tem a ver com baixa renda (conjunto habitacional), e as residências de médio e alto padrão, edificadas nos seus interstícios.
 Com esses equipamentos a cidade teve suas extremidades dotadas de condições de habitabilidade, tais como: linhas de ônibus, redes de água, esgoto e iluminação, presença de moradores, entre outros aspectos, beneficiando-se, sobremaneira, loteadores e proprietários fundiários da ocasião.  
A reestruturação do SFH, e a extinção do BNH em 1986 (cuja atribuição foi transferida para a CEF e o Banco Central) provocaram mudanças estritamente financeiras, jogando por terra as esperanças alimentadas da casa própria. A CEF passou a gerir os programas de moradia popular, administrando as fontes orçamentárias  (FGTS e Caderneta de Poupança). A partir da constituição de 1988, a questão habitacional passou a ser atribuída a União, Estados e Municípios. Desenhou-se uma incipiente autonomização da Política Habitacional em resposta ao quadro de redução dos gastos federais, e os Estados passaram a destinar maiores recursos para este setor.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Região de Vitória da Conquista: sugestão para o consumo de doces típicos da região

 Gostaria de sugerir a todos  que ao realizarem algum evento que redundem em oferta de alimentos ou buffet deem prioridades, inicialmente no concernente aos doces, aos reconhecidos como regionais. Eu teria como sugestões para esse procedimento alguns passos: 1 no museu regional na praça Tancredo Neves tem um livro da falecida professora Amélia Barreto (disponível para xerox) A alimentação no Planalto de Conquista de 1930 a ... onde está contido série de receitas com tal perfil. Se quiserem entrar em contato comigo ou com grupo que pretendemos formar em breve poderemos providenciar os preparos ou se preferirem exemplificar a elaboração de alguns (passando as receitas). Não importa que doce seja se não soubermos elaborar buscaremos quem sabe e sem sombra de dúvida daremos conta. Agindo dessa formas estaremos priorizando um traço da cultura regional, contribuindo para perpetuar alimentos feitos por nossas mães, avós bisavós etc, dando oportunidade às gerações mais contemporâneas de aprenderem a gostar de delícias muito mais saudáveis do que os inúmeros pavês pudins, a base principalmente de leite condensado, creme de leite, chocolates etc. Ao invés destes só para exemplificar ligeiramente podemos degustar doce de abóbora, doce de banana em variados formatos, doce de mamão verde costurado, cocada de leite, cacau, gengibre, doce de leite com rapadura, diferentes compotas (desde pêssego até goiaba, manga, abacaxi etc) ou os doces cristalizados como genipapo, figo, laranja da terra etc etc etc

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

REGIÃO DE VITÓRIA DA CONQUISTA: IDENTIFICANDO ALGUNS CONCEITOS COMO ALICERCE PARA ESTE INSTRUMENTO ELETRÔNICO

 Em se tratando de um instrumento atrelado à uma instituição (no caso a UESB) que dentre outros objetivos está a produção do conhecimento científico e, mas particularmente, sendo uma iniciativa do Departamento de Geografia, que visa identificar, sistematizar e disseminar informações, optou-se por definir, sucintamente, os conceitos de ciência e cultura; esclarecer o  recorte territorial a que se volta, o qual, de imediato, o intitula (Região de Vitória da Conquista) e, ainda, discutir muito objetivamente o significado do tão propalado período técnico-científico.

A influência de Vitória da Conquista recai sobre uma ampla região, perpassando todas as regionalizações instituídas oficialmente. Para burlar tal situação, evitou-se a adoção de qualquer uma delas, recorrendo a uma escala territorial com contornos flexíveis ora abrangendo municípios mais diretamente influenciados ora abrangendo outros mais longínquos, mas que sob um ou outro ponto de vista interdepende com essa cidade. Se tomássemos a Região Sudoeste, por exemplo, estaríamos falando de 39 municípios que contempla os municípios de Jequié e Itapetinga, mas deixa de fora, paradoxalmente,  o município de Brumado. As microrregiões geográficas do IBGE, nesse caso a microrregião de Vitória da Conquista, do mesmo modo, não dá conta da influência da cidade, como tantas outras, inclusive a mais contemporânea, oriunda do MDA, divisão em territórios de identidade, contemplando o Território de Vitória da Conquista 24 municípios.

Os conceitos de ciência e cultura são tratados numa vertente mais moderna designando uma maior aproximação do cotidiano das pessoas o que contraria a visão  mais erudita. Em seu sentido amplo e clássico, a ciência é um saber  rigoroso, isto é, um conjunto de conhecimentos metodicamente adquiridos, mais ou menos sistematicamente organizados, e suscetíveis de serem transmitidos por um processo pedagógico de ensino. Mais modernamente, é a modalidade de saber constituída por um conjunto de aquisições intelectuais que tem por finalidade propor uma explicação racional e objetiva da realidade (JAPIASSU e MARCONDES, 1996, p.43)[1].
 
Ainda conforme estes autores, a compreensão de ciência não está desvinculada da técnica ou tecnologia voltada à explicação e aplicabilidade em situações reais. Num período precedente a ciência era totalmente desvinculada do plano real restringindo ao nível teórico enquanto saber metódico e absolutamente verdadeiro. “[...]. As ideias científicas não são totalmente independentes da filosofia, da religião e das ideologias que impregnam o meio em que vivem os pesquisadores” (JAPIASSU e MARCONDES, 1996, p.44).

Popper (appud Sposito) defende a utilização ortodoxa do método. [...] procura consolidar a força do positivismo lógico, voltando a uma postura cartesiana de ciência. [...] Feyerabend, por sua vez, pensa de uma maneira exatamente contrária. [...] o rigor metodológico é muito mais um problema que um caminho para a produção científica (SPOSITO, 2004, p. 50)[2].

A técnica por outro lado define-se como um conjunto de procedimentos utilizados em busca de certos resultados que, também nesta proposta é entendida tanto como resultante de um conhecimento científico como de um conhecimento empírico a exemplo de tecnologias simples e rudimentares empregadas pelos agricultores e suas famílias no tratamento e utilização da terra. Assim sendo, quando propomos uma disseminação e/ ou popularização do conhecimento científico e de tecnologias que possam contribuir para processos capazes de melhorar a vida das pessoas intencionamos também resgatar as experiências e práticas bem sucedidas. 
[...]. Em muitos ambientes sociais rurais dominados pela prolongada ausência de homens, as mulheres tratam das questões de desmatamento, degradação do solo, escassez de água e poluição como parte de seu cotidiano. Elas reagem a aparentemente bem-intencionados, mas frequentemente ingênuos pacotes de ’desenvolvimento’ com perícia e engenhosidade [...] (BELL, 1996, p.207)[3]

Situações como esta abre a possibilidade de introduzir o conceito de cultura, definido como representante de elementos artísticos, científicos, religiosos e filosóficos de uma dada sociedade e,  num sentido amplo, das técnicas, costumes e usos característicos da vida cotidiana. É considerada também como a socialização ou disseminação de fatos culturais via educação, meios de comunicação e difusão de informações em grandes escalas. Cultura é “todo o conjunto de regras e comportamentos pelos quais as instituições adquirem um significado para os agentes sociais e através dos quais encarnam em condutas mais ou menos codificadas” (JAPIASSU e MARCONDES, 1996, p.61)[4].
Segundo Santos, (1994), os meios técnicos “criados recentemente se tornaram mundiais, mesmo que sua distribuição geográfica seja, como antes, irregular e o seu uso social seja, como antes, hierárquico” trazendo como marcas a imprescindibilidade da ciência, tecnologia e informação (SANTOS, 1994, p.42)[5].
Importa a este trabalho a constatação de um período denominado por muitos de técnico-científico onde a tecnologia informacional particularmente assume grandes proporções, mas, sobretudo a observação de que apesar da difusão ser muito mais rápida em relação a períodos precedentes, as novas tecnologias são desigualmente distribuídas entre as diferentes escalas geográficas e no interior de cada uma delas.



[1] JAPIASSU, H.; MARCONDES, D.  Dicionário básico de filosofia. 3 ed.. Rio de janeiro: Jorge Zahar Ed., 1996.
[2] SPOSITO, Eliseu Savério. Geografia e filosofia: contribuição para o ensino do pensamento geográfico. São Paulo: UNESP, 2004.

[3] BELL, Op.cit.
[4] JAPIASSU E  MARCONDES, Op. Cit.
[5] SANTOS, M. Técnica espaço tempo:globalização e meio técnico-científico

REGIÃO DE VITÓRIA DA CONQUISTA: TENTATIVA DE ESTABELECIMENTO DO PÚBLICO-ALVO A QUE SE DESTINA ESTE INSTRUMENTO

Objetiva-se alcançar milhares de pessoas tendo em vista que o meio eletrônico é livre para ser acessado por quantos se interessarem. Ainda assim, a ideia é voltar a determinados setores socialmente organizados. Num primeiro momento visa às organizações sociais de agricultores familiares (associações, sindicatos etc) compreendendo que pelo perfil majoritariamente rural, especificamente da agricultura familiar quando se reporta à região em torno de V. C. (ainda que não absolutamente face à população do município polo) e que ao mesmo tempo representa um dos segmentos regionais mais frágeis, a identificação de instrumentos como financiamento, pesquisas e publicações, dados e exemplos de experiências exitosas estão na mira das ações que se desenvolverão. Mesmo assim, o leque do público alvo é amplo envolvendo por exemplo alunos e professores pertencentes desde o ensino fundamental até os pós-graduandos das diversas universidades regionais. O empresariado e poder público local não pode ser posto de fora  sendo, inclusive, intenção criar um link onde se levante questões, dúvidas e informações específicas às necessidades de cada segmento, de forma a direcionar e potencializar as publicações executadas. Em se tratando do poder público municipal, além de prever a apresentação de indicadores diversos por município, a ideia é está buscando, processualmente, os consórcios e-ou congregações municipais como a AMVAGRA, AMIRS, UPB, CNM identificando as pendências financeiras e documentais que por ventura estejam emperrando o deslanchar de projetos e ou processos cabíveis a cada um deles. Nesse contexto, grupos de jovens, de mulheres também representam focos de atenção. Enfim, como já dito, o público a ser atingido é amplo e, de certa maneira, indefinível.