A Assistência Técnica e Extensão Rural –ATER
no Brasil hoje é referendada pela Política
Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – PNATER, elaborada em 2003 no
âmbito do MDA/DATER – Departamento de Assistência Técnica e Rural ligado a SAF
–Secretaria da Agricultura Familiar. Este novo arranjo institucional é acompanhado de novos pressupostos e objetivos
e justificado, segundo documento oficial,
pela constatação de que os
modelos convencionais foram e, ainda,
são ineficientes.
Dentre várias propostas e
fundamentos estão, por exemplo, um novo formato na relação entre o
extensionista e o agricultor. A partir
do estabelecimento de uma relação ‘ideal’, o extensionista faria seu plano de
trabalho (como uma espécie de contrato de atividade) juntamente com as
famílias, devendo ser avaliado em função dos resultados obtidos.
Em vez de preocupar-se em
quantificar as ações desenvolvidas no campo, na PNATER a proposta de
acompanhamento dos indicadores deve seguir princípios do desenvolvimento
sustentável, como: indicadores do processo de transição agroecológica; sociais,
econômicos; culturais e, de gestão institucional. Devem ser usadas metodologias
participativas , desempenhando os seus agentes papel educativo fundados no
conceito de desenvolvimento rural sustentável. Os objetivos traçados vão muito
além da simples transferência de tecnologias, levando em conta a (re)
construção de distintos agrossistemas e sistemas culturais existentes.
Dentre os princípios
fundamentais da PNATER estão: acesso
a ATER gratuito e , em quantidade e
qualidade compatíveis com as necessidades da agricultura familiar; ênfase em processos endógenos que
potencialize o uso sustentável dos recursos naturais; abordagem
multidisciplinar e interdisciplinar
apoiada no paradigma
agroecológico; processo educativo permanente e contínuo, parceria entre
os níveis de governo e organizações públicas e particulares; ações múltiplas e
articuladas, que contemplem todas as fases produtivas das diferentes cadeias,
desde a produção até a comercialização; prioridade à produção de alimentos
básicos; participação e gestão compartilhada de modo a fortalecer a inserção
dos beneficiários; destinação de ações
específicas à juventude rural; valorização da
cidadania etc.
Tomando o Território de Vitória da Conquista (TRVC), a assistência técnica é um dos grandes problemas. As colocações dos atores locais
interpolados no decorrer da construção do Estudo das Potencialidades Econômicas (2007-2008) foram genéricas em termos da inexistência de uma assistência técnica em qualidade e
quantidade suficiente, levantando na ocasião algumas propostas.
Assistência técnica no
TRVC: proposições dos atores locais
· Potencializar a
pesquisa e extensão das universidades em prol da realidade territorial
- Realizar pesquisa de solo com indicação de cultura apropriada às condições físicas da agricultura familiar.
- Melhorar geneticamente a pecuária leiteira e de corte - Técnica e tecnologia de produção leiteira.
- Melhorar a estrutura da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola da Bahia) que juntamente com os sindicatos dos trabalhadores rurais e prefeitura dos municípios são as instituições que prestam assistência e representam o elo efetivo da divulgação, montagem e encaminhamento de projetos a financiamentos públicos. Criar mecanismos para que estas instituições acompanhem e se comprometam com os projetos aprovados e não apenas os elaborem
- Contratar agrônomos e técnicos para prestar assistência técnica de qualidade e de forma contínua.
- Ampliar a atuação de instituições públicas com maior número de visitas de técnicos aos municípios: agente de desenvolvimento do Bando do Nordeste; agente de desenvolvimento do Banco do Brasil; agente de desenvolvimento do SEBRAE; agente de desenvolvimento do SENAR; Correios; Caixa Econômica (Banco Postal).
- Identificar, por meio de pesquisa e informações disponíveis, as culturas e espécies que melhor se adaptam à região .
- Disponibilizar assistência técnica através da implantação de órgãos/instituições nos municípios ou em pontos estratégicos de cada um dos subespaços territoriais (Condeuba, Poções, Vitoria da Conquista).
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