sábado, 27 de abril de 2013

CADASTRO ÚNICO DE CONVÊNIOS: MAIOR NÚMERO DE MUNIICÍPIOS COM RESTRIÇÕES

No endereço eletrônico: www.cnm.org.br está disponível estudo que mostra o aumento do número de municípios com restrições ao CAUC (Cadastro Único de Convênios). Questionou-se por e-mail, a situação dos 24 municípios integrantes do Território de Vitória da Conquista (lista de municípios no blog territóriosudoeste.blogspot.com.br).

SÉRIE: DISCUSSÃO TEÓRICO METODOLÓGICA NAS AÇÕES ESTATAIS - BREVE TRAJETÓRIA DO CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO.


 Sobre a política de desenvolvimento regional no Brasil é possível distinguir dois grandes períodos de ocorrência: período posterior à década de 1950, que, aproveitando-se do contexto favorável, caracteriza-se por grandes realizações, a exemplo da criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE); período iniciado após a década de 1980, que, pela lógica do capital encampada pelo Estado evidencia um agravamento dos problemas regionais no país como um todo.
As transformações materiais do mundo após o ano de 1945 fazem parte de um contexto justificativo ao interesse despertado sobre o tema desenvolvimento pela pesquisa, docência e práticas estatais. O desenvolvimento nas décadas de 1950 e 1960 foi entendido, essencialmente, como a necessidade de transformação de realidades de base agrária em uma base industrial. A conquista do desenvolvimento econômico, numa perspectiva de progresso linear, predominou no debate daquele momento. As teorias que mais influenciaram as práticas de planejamento, particularmente pelo estado, pouca ou nenhuma atenção atribuiu à dimensão sócio-espacial do desenvolvimento.
A partir do final dos anos 80, com a divulgação pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Comissão Brundtland) do relatório intitulado “Nosso Futuro Comum”, iniciaram-se novas discussões sobre o conceito de desenvolvimento, incorporando-se-lhe adjetivos como sustentável, local, que assumiram, de lá para cá, a hegemonia do debate. A emergência dessa nova fase na concepção de desenvolvimento é justificada pelo despertar da sociedade para com os problemas ambientais, sendo atribuída maior importância às dimensões ambiental e espacial, até então negligenciadas. No seio dessas novas discussões existem grupos bastante comprometidos, que apresentam argumentos coerentes, aos quais, ainda que discordemos teoricamente, não podemos negar as contribuições. Há, por outro lado, a apropriação do resultado dessas discussões, sobretudo pelos dirigentes políticos, de maneira oportunista, deixando evidente as suas principais contradições.
O desenvolvimento sustentável é definido como “aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” (CMMDA, 199l, apud BUARQUE, 1996, p. 6), sugerindo o aumento de oportunidades sociais com compatibilidade entre o crescimento econômico, a conservação ambiental, a qualidade de vida e a equidade social. (BUARQUE, 1996).
Segundo Becker (1995), o desenvolvimento sustentável, como exposto no Relatório Bruntland (1987), é uma feição específica da geopolítica contemporânea, deixando à mostra a dimensão política do espaço e dos conflitos a ele inerentes em várias escalas geográficas.

BIBLIOGRAFIA

BECKER, B. K. A crise do Estado e a região: a estratégia da descentralização em questão. Rio de Janeiro: Revista Brasileira de Geografia, jan./mar., 1995.
BUARQUE, S. C. Desenvolvimento Sustentável: conceitos e desafios. In: Bahia - Análise e dados: desenvolvimento sustentável, v. 6, n. 2. Salvador: SEI, 1996.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

INICIANDO UMA SÉRIE DE APRESENTAÇÕES OBJETIVAS SOBRE CONCEITOS E METODOLOGIA APLICADOS NOS PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS CONTEMPORÂNEOS

A ideia é  iniciar uma discussão sucinta e, com determinada frequência, sobre conceitos e metodologias que se aplicam às ações de governo no mundo contemporâneo. Nesse sentido, em diferentes momentos levantar-se-á tópicos a serem discorridos, tais como os significados de: desenvolvimento sustentável; escala local; participação social; políticas públicas setoriais e territoriais, integração entre outros. É intenção, também, exemplificar e definir instrumentos metodológicos aplicados  como o banalizado diagnóstico participativo, operacionalizado na sensibilização e eleição de atores locais; nas realizações do levantamento de condições locais e elaboração de planos de desenvolvimento. A presente iniciativa parte de experiencias realizadas outrora, tais como o levantamento bibliográfico sobre os referidos conceitos como suporte para análise e apreensão de  programas governamentais brasileiros, particularmente, baianos.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Linhas de financiamento para o pequeno agricultor nordestino atingido pela seca

Governo Federal cria linha de crédito especial para agricultores afetados pela seca, maiores informações no www.mda.gov.br, no portal da SAF;
Diversos programas disponibilizados pelo Banco do Nordeste, dentre eles Programa Emergencial para seca, maiores informações em www.bnb.gov.br;
Na página da ouvidoria geral do Estado consta  o Programa voltado ao pequeno agricultor para infra-estrutura hídrica e social, produção de alimentos para consumo do pequeno agricultor. Maiores informações em www.ouvidoriageral.ba.gov.br seca  ;
Agricultores do Nordeste tem nova linha de crédito, informação presente em revistagloborural.globo.com

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Mapeamento das condições sócio-espaciais do município de Vitória da Conquista,Bahia


Mapeamento das condições sócio-espaciais dos povoados-distritos do município de Vitória da Conquista: um projeto de pesquisa que imprescinde de parcerias na sua realização

A pesquisa a que se refere tem como objetivo identificar, e analisar as diferentes tipologias da agricultura produzidas nos povoados-distritos do município de Vitória da Conquista, Bahia, levando em consideração a combinação de fatores, agentes e processos que concorrem para a sua diversidade social e espacial.
 As tipologias agrícolas de forma geral são representadas em maior expressão pela agricultura familiar e agricultura patronal, Estas parecem bastante genéricas, sendo objetivo da pesquisa estabelecer tipologias social e espacialmente mais complexas a partir de critérios como rendimentos, condições sociais e culturais, tamanho das propriedades, cultura produzida, situação geográfica (localização, condição edafo-climáticas e outras), assistência técnica e epidemiológica, entre outras, que sejam capazes de delinear intervalos mais próximos da realidade.

Carta ao Mestre


Carta ao Mestre

Olá José, e aí que saudade de você, necessidade de conversar melhor. De certa forma José um dos motivos para a apatia que me encontro hoje tem a ver com aquele trabalho para o Território de Vitória da Conquista. Ele foi de importância fundamental para minha aproximação e análise da realidade, a ponto de poder ser considerado como imprescindível, que me fez concluir algumas questões sobre a política regional do Estado Brasileiro Hoje.
Pois é José na verdade eu fui tão desrespeitada no final, não cumpriram nada do que regia o contrato, lá dizia que era três meses, eu trabalhei 6. Diziam que havia possibilidade de renovar, caso fosse o caso, falava sobre ajuda de custo não consegui e gastei muito em termos de telefone, ligações para celular. As míseras parcelas que totalizaram 4.500,00 depois dos descontos de 5.200,00 sofreram atrasos de mais de 90 dias cada uma, tendo eu que dar mais de 20 interurbanos para receber cada uma. Uma total falta de respeito.
Minha frustração, por outro lado José tem muito a ver com o mundo acadêmico daqui. Eu totalmente romântica, iludida, tentei dialogar com um milhão de pessoas sendo em vão, as pessoas não se mostram. Só fazem isto quando estão armando para galgar algo. No início eu mandava meu material para todo mundo, sem sorte. As pessoas são mesquinhas, oportunistas, dissimuladas, egoístas, me fazendo asséptica, a ponto de nem saber se gostaria de permanecer no mundo acadêmico, este mundo hipócrita, igual, medíocre.

Re: necessidade de lhe falar‏
De:
Enviada:
domingo, 6 de abril de 2008 21:46:05
Para:
Vitoria Carme (vitoriacarme@hotmail.com)
Prezada VitóriaCarme,

Você fez muito bem em desabafar comigo. Sei de sua seriedade e de sua capacidade de trabalho. Você é vivida o suficiente para discernir as coisas. Você tem um ritmo de trabalho que poucas pessoas têm. Por mais que você queira socializar as ideias, são poucos os preparados para compreender o sentido da doação no processo de produção do conhecimento. Não acho bom você virar um poço de mágoas. Você atravessa um momento difícil que é o de terminar sua tese. Dê bolas para todo mundo e siga em frente. Faça seu trabalho. Fique com a consciência do dever cumprido e bolas para os outros. Quero comemorar a defesa. Quando você tiver o título, você formará seu grupo de pesquisa com seus alunos e pedirá apoio às Agências oficiais.
Vá em frente! Você é forte. Já passou por coisas piores!!!

IDÉIA DE UM PROJETO ADOTE UM MUNICIPIO


A proposta  que ora se apresenta intitulada  ADOTE UM MUNICÍPIO OU UMA  COMUNIDADE pretende criar condições para que efetivamente a academia se aproxime, conheça e contribua com a realidade que circunda as universidades baianas , particularmente a UESB. É uma proposta de certa forma ousada e que requer  um trabalho intenso inicialmente de propagação da ideia e tentativa de convencimento tanto por parte dos atores locais (poder público, secretariado, presidentes de associações e cooperativas, movimentos organizados, representante de jovens e dos agricultores e agricultoras familiares, entre outros), como por parte dos pretensos adotantes professores, técnicos, alunos e dirigentes da UESB, podendo,  com esse casamento, dar inicio a uma relação profícua de soma de esforços e intervenção eficaz desses profissionais que viessem a atender parcial ou totalmente ou no mínimo encaminhar alguns dos principais problemas identificados pelos atores de cada um dos municípios.

Minha sugestão é que o projeto seja construído nos moldes de um Projeto Permanente de Extensão Universitária com um nome do tipo: Rede de Assessoria e Apoio aos Municípios ou Programa de Apoio sos Municípios - PAM.
O Programa  inicialmente, cadastraria professores interessados, em seguida elaboraria uma lista de projetos e serviços a serem disponibilizados para os municípios. Em seguida, em um evento construído com este fim, os projetos seriam apresentados a estes municípios.Gradativamente, poideriam surgir  novas propostas. Em um projeto dessa natureza é fundamental um nome e uma logomarca de impacto, a exemplo de " UESB em campo",  " UESB em ação no munícipio", ou "aqui tem UESB", ou seja, algo assim.
Lembramos que somente após aprovação do seu projeto seria possível considerar as atividades no PIT do professor.

Coloco-me à disposição para continuarmos nosso diálogo.


Gelcivânia Silva
gelshiva@terra.com.br
Coordenadora Geral
CODES/SEC
3115-8932 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A Constituição Federal de 1988 retrocedeu no quesito Reforma Agrária


Numa análise comparativa entre o Estatuto da Terra e a Constituição Federal (1988), referente a Reforma Agrária,   a C/F conseguiu retroceder , compreendendo que as terras produtivas não podem ser desapropriadas com este fim. Observe o trecho a seguir:

 “(...) A conseqüência principal se deu na elaboração da Constituição de  1988. Os precários avanços na legislação fundiária da ditadura militar foram praticamente anulados pelos constituintes. A utilização dos conceitos de ‘propriedade produtiva’ e de ‘propriedade improdutiva’ introduziu uma ampla ambigüidade na definição das propriedades sujeitas a desapropriação para reforma agrária, praticamente anulando as concepções relativamente mais avançadas do Estatuto da Terra. (...)”                           (Martins, 1994, p.90)

MARTINS, José  de  S. O poder do atraso: ensaios de Sociologia da história lenta. São Paulo: Hucitec, 1994.

Caatiba e Bom Jesus da Serra-Ba: realidades que fazem cair por terra o binômio seca x pobreza


 Caatiba e Bom Jesus da Serra estão entre os municípios baianos com os mais baixos indicadores sociais e econômicos. A análise comparativa entre as condições sócio-ambientais entre eles mostra que apenas em Bom Jesus da Serra a escassez de recursos hídricos se aplica, estando em Caatiba, a miséria de grande parte da população, relacionada com a extrema concentração fundiária, onde a criação de bovinos predomina, absorvendo pequeno número de trabalhadores. Por outro lado, nas duas realidades, a ausência de assistência técnica e baixíssimo nível de escolaridade são constantes,  negando a explicação da pobreza pelo viés da seca.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Proposta de contribuição às organizações sociais e poder público da Região de Vitória da Conquista e demais regiões baianas.


Peço que seja divulgada amplamente a mensagem a seguir

Atenção segmentos sociais organizados sob a influência de Vitória da Conquista e demais regiões baianas, tais como associações, cooperativas, administrações municipais etc., me disponho a contribuir em algumas ações que por ventura sejam demandadas, tais como formatar projetos, analisar editais, buscar informações nos endereços virtuais das esferas governamentais e organismos nacionais e internacionais. A iniciativa parte de um desejo de contribuir, sendo atualmente Professora Doutora do Departamento de Geografia da UESB, afastada, logo, com carga horária e condições disponíveis.
Aproveito para divulgar um blog de minha autoria recentemente criado, com o seguinte endereço eletrônico: www.regiâovitoriadaconquista.blogspot.com.br, intitulado Vitória da Conquista e Região, estando em meu poder um banco de dados referente aos 24 municípios integrantes do Território de Vitória da Conquista, levantados na realização do seu Estudo das Potencialidades Econômicas ( 2007 e 2008) e, na construção da tese de doutorado em geografia no mesmo período, material que será encaminhado aos interessados.
Atenciosamente
Vitória Carme C. Santos
77 88213255
Aguardo confirmação de recebimento.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Principais regionalizações aplicadas ao Estado da Bahia (de 1946 aos dias atuais): necessidade de contribuições (particularmente cartográficas) para publicação do material levantado


A ideia é realizar uma publicação num formato aproximado de um atlas. As regionalizações tratadas  não representam a totalidade dos agrupamentos territoriais praticados hoje e ontem na Bahia, priorizando-se apenas as divisões mais utilizadas e disseminadas entre os variados setores/atores sociais, desde os governos e suas administrações, como técnicos, pesquisadores e sociedade civil em geral.
A sua relevância está na arregimentação de material que se encontra disperso, dificultando o acesso a um conteúdo não raramente empregado sem rigor, muitas vezes tratando o que é construído e determinado histórico e espacialmente como algo natural.
A apresentação das regionalizações se dá pela evidência de informações básicas, como origem, nomenclatura, instituição responsável pela criação, objetivos, finalidades, seguida da descrição da composição municipal e, na medida do possível (dependendo do acesso ou não) da ilustração cartográfica. Já quanto à ordem de apresentação apenas para tornar mais didático o texto, utilizamos  elementos cronológicos por meio de intervalos de tempo. Nesse sentido engloba desde as zonas fisiográficas de 1946, criada pelo IBGE e todas as suas revisões até, por exemplo, a divisão em territórios, criada pelo MDA.

Rearranjos territoriais no Brasil,Bahia contemporâneos


O PRONAT, programa instituído pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) dividiu a Bahia em 26 territórios sendo o de Vitoria da conquista (nomenclatura inicialmente empregada) composto por 24 municípios: Anagé, Aracatu, Barra do Choça, Belo Campo, Bom Jesus da Serra, Caetanos, Cândido Sales, Caraíbas, Condeúba, Cordeiros, Encruzilhada, Jacaraci, Licínio de Almeida, Guajeru, Maetinga, Mirante, Mortugaba, Piripá, Planalto, Poções, Presidente Jânio Quadros, Ribeirão do Largo, Tremedal e Vitória da Conquista. A composição municipal continua a mesma, alterando-se a nomenclatura para algo em torno de Território do Sudoeste, o que numa perspectiva geográfica representa um retrocesso, pois ao referir-se a Sudoeste faz-se uma alusão a regionalização econômica, implementada pela SEI-SEPLAN, na qual a Região com este nome integra 39 municípios, dentre eles Jequié, Jaguaquara, Itapetinga, sendo que dos 24 municípios listados, vários estão agrupados na Região Econômica  Serra Geral.
Dos 26 territórios baianos, muitos foram apoiados por instituições como CEPLAC, MDA, SEAGRI, INCRA, o que não ocorreu com o de Vitoria da Conquista, que também não fora selecionado pelo Programa Territórios de Cidadania do Governo Federal (maiores informações consulte o site www.territoriodecidadania.com,br).
O Governo da Bahia adotou essa regionalização no PPA-BA 2008-2011, comprometendo-se a qualificar os recortes instituídos de maneira a intermediar a relação entre sociedade regional e governo estadual, procedimento que não se verificou. Passado alguns anos, eles são retomados pela administração estadual conforme consta no blog (territoriodosudoeste.blogspot.com.br). Em 2007-2008 produziu-se um documento denominado Estudo das Potencialidades Econômicas, uma espécie de diagnóstico. Pasmem vocês com a informação de que o colegiado territorial está na fase de construção de novo diagnóstico, o que é no mínimo um desrespeito com a sociedade envolvida. Sobre esta nova fase buscar-se-á elementos que serão divulgados em breve.   

Juventude e Economia Solidária




Na época em que vivemos a inserção de novas pessoas no mercado de trabalho, particularmente no mercado formal, torna-se cada vez mais difícil. Partindo de tal reconhecimento, pressupõe-se que a preocupação com alternativas de geração de alguma renda é de extrema importância. Na realização do trabalho a partir do qual resulta o presente resumo – Projeto de extensão Juventude e Economia Solidária: Possibilidades de desenvolvimento para a Região Sudoeste da Bahia tem-se como prioridade a população jovem que no caso de Anagé envolve turma de alunos da EFA – Escola Família Agrícola, os quais têm sido estimulados, por meio de capacitações, a aproveitar produtos e matérias-primas presentes na região. O projeto, além dessa turma de Anagé ocorre simultaneamente no Distrito do Pradoso em Vitória da Conquista e no município de Barra do Choça. O seu objetivo principal vem se realizando, traduzido no despertar da capacidade empreendedora de cada um daqueles jovens, treinando-os e chamando-os a atenção para a realização de atividades simples que possam lhes gerar emprego e renda e quem sabe num futuro suas vidas e de seus familiares possam galgar condições menos perversas. Primeiramente o projeto foi apresentado e discutido junto ao grupo. Em um segundo momento foi feito o diagnóstico participativo para o levantamento do produto condizente com os propósitos do projeto e da realidade local, resultando na escolha da fabricação de doces de banana e bijuterias a partir de sementes de árvores nativas, como a leucena e penas de aves regionais. O projeto é desenvolvido via UESB e conta com recursos do MEC. Os encontros e treinamentos realizados, em parceria com o GEP, envolveram desde princípios da economia solidária, até a produção e comercialização das atividades selecionadas. Por fim, pretende realizar um grande encontro tendo como pauta a socialização dos resultados entre os três grupos capacitados. A satisfação dos alunos da EFA é marcante, havendo grande entusiasmo a cada passo desenvolvido dando para perceber que é intenção de todos eles prosseguirem com as atividades, de maneira a complementar a renda familiar.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Região como um recorte territorial de difícil delimitação: o caso da de Vitória da Conquista


 A realidade abrangida na titulação deste blog é de difícil delimitação, recaindo a influencia de V. da Conquista  sobre uma ampla região,  perpassando qualquer   que seja a regionalização instituída oficialmente Assim, a escala territorial adotada ora abrange municípios mais diretamente influenciados ora abrange outros mais longínquos mas que sob um ou outro ponto de vista interdepende com essa cidade.
Se  tomássemos a Região Sudoeste, por exemplo,  estaríamos falando de 39 municípios que contempla,os municípios de  Jequié e Itapetinga , mas deixa de fora, paradoxalment,e  o município de  Brumado. As microrregiões geográficas do IBGE, nesse caso a microrregião de Vit. da Conquista, do mesmo modo, não dá conta da influência da cidade. Poderíamos levantar uma série de outras como a instituída pelo MDA e  adotada pelo Governo do Estado da Bahia como recorte territorial prioritário em seu  Plano Plurianual 2008-2011, divisão em territórios de identidade, contemplando o Território de Vitória da Conquista 24 municípios.Estes e outros recortes estão descritos na pasta denominada regionalizações, com, dentre outras informações  as nomenclaturas e  composição municipal aplicadas a todo o território da Bahia. Além disso, conforme entrevista com representante da SEI, ligada a SEPLAN,
A Bahia tem mais de vinte regionalizações, juntando as regionalizações das secretarias, do Governo federal, dos diversos ministérios e órgãos federais são vinte e tanta. Cada regionalização imprime limites correspondentes aos objetivos propostos. Nós fizemos levantamento lá na SEPLAN e constatamos que só entre as secretarias de governo temos cerca de 17 regionalizações. Essas regionalizações, cada uma tem um formato territorial e uma escala diferenciada, pois cada uma delas atende os objetivos da secretaria que a criou (Entrevista realizada em 2006)[1].

Poder-se-ia dizer que  tal informação é irrelevante mas por incrível que pareça essa superposição de regionalizações contribui para não integração das  políticas e programas públicos tanto federal quanto estadual causando prejuízo á comunidade em geral. Exemplo claro disso está no confronto entre o Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local de Brumado - Bahia instituído pelo Ministério de Desenvolvimento Social – MDS e os Territórios, mencionados, resultantes de um Programa do Ministério de Desenvolvimento Agrário – MDA. O CONSAD de Brumado abrange uma população de aproximadamente 192.883 pessoas de dez municípios localizados numa região de intersecção entre as regiões econômicas sudoeste e a serra geral (Regionalização Econômica Bahia, SEI); contempla quase em sua totalidade a microrregião do IBGE Brumado e, do ponto de vista dos Territórios (MDA) três municípios se inserem no Sertão Produtivo e os demais no Território da Região de Vitória da Conquista. Ora, dessa forma na discussão do MDS, os municípios x e Y sentam para dialogar com os municípios A e B, já na ação do MDA serão obrigados a dialogar com outros, o que no mínimo despende energia e não contribui para potencializar as ações que por ventura ocorressem. Essa discussão pode parecer enfadonha, apesar de obrigatória, quando se trata de uma  formação geográfica,  tendo como objetivo apenas levantar e problematizar questões que nos envolvem.


.[1] Entrevista com coordenador do setor de etudos e pesquisas da SEI, 2006.

Uma experiência que merece continuação










Em 2010 uma equipe formada por agrônomos e uma geógrafa desenvolveu um projeto com parcos recursos e resultados significativos
 As experiências desenvolvidas permitiram  a  transmissão de conhecimento (na pratica), tais como preparo de solo da sementeira, semeadura escalonada, preparo de solo dos canteiros, tratos culturais noções de espaçamento, utilização de consórcio, identificação e controle de pragas através de catação manual, escalonamento da produção, utilização de adubação orgânica, tratamento do esterco de aves, entre outros.
Em duas propriedades/modelo construiu-se  2 filtros de areia, solo, matéria orgânica e plantas aquáticas com o objetivo de retirar o excesso de sais e sódio. Ficou constatado que a construção permitiu uma limpeza física da água, entretanto, os teores de sais e sódio permaneceram altos, o que limita o  seu reuso  para as  hortaliças. Cabe ressaltar que a análise da água foi realizada com as plantas aquáticas ainda pequenas, cabendo mais análises para constatação da ação das raízes. Mesmo com as plantas crescidas, por outro lado, sem realizar analises posteriores a água ocasionou problemas na germinação das sementes, embora algumas hortaliças adultas permanecessem com  estado vegetativo regular. Com isto tomou-se a decisão de se utilizar apenas os canteiros econômicos,(descritos a seguir) e continuar procedendo estudos para a reutilização das águas cinzas (lavagem de pratos, banho e lavagem de roupa), por considerar sua validação como um enorme instrumento para a melhoria da dieta humana no semi árido brasileiro. Na verdade, o reuso de águas no nordeste brasileiro pode mesmo ser considerado como uma revolução silenciosa, caso venha a ser validado.
Os canteiros  econômicos são caracterizados por uma escavação no solo com 7,00 m de comprimento X 1,20 m de largura X 0,20 m de profundidade, recoberto com lona plástica e sobre a lona, no sentido longitudinal um tubo de esgoto de 40 mm, de 6,00 m, furado em dois lados paralelos, de 0,20 em 0,20 m ao longo de seu comprimento, com uma curva nas extremidades e um tubo de 1 m em cada curva para receber a água de irrigação, cuja quantidade semanal é de 100 L, permitindo portanto uma grande economia de água. Sobre esses canteiros foram implantadas as seguintes hortaliças: alface, repolho, brócolis, couve de folha, coentro, feijão de vagem, pepino, cebolinha.
Essas ações são passíveis de aplicação em toda a zona rural de Vitória da Conquista e dos municípios adjacentes diga-se de passagem, majoritariamente, com um maior número de população rural, a exemplo dos 24 que compõem o Território de Vitoria da Conquista, recorte territorial que possui outra denominação  o que não vem ao caso.

Mesmo sendo dados de 2000 é possível referendar a predominância da população rural



TRVC: Informações sobre a população, por município


2000

Municípios
Área km2
Pop. Total
Pop.urbana
Pop. rural
Índice de urbanização(%)
Anagé
1.852
31.060
4.208
26852
13,5
Aracatu
1.536
15.491
3187
12304
20,6
Barra do Choça
778
40.818
17721
23097
43,4
 Belo Campo
608
17.655
8082
9573
45,8
 Bom Jesus da Serra
410
10.502
1953
8549
18,6
 Caetanos
857
13.076
2312
10764
17,7
 Cândido Sales
1.304
28.516
18924
9592
66,4
Caraíbas
1.125
17.164
1424
15740
8,3
Condeúba
1.237
18.047
6331
11716
35,1
Cordeiro
554
8.193
2100
6093
25,6
Encruzilhada
2.041
32.924
4983
27941
15,1
 Guajeru
643
12.836
1723
11113
13,4
Jacaraci
1.242
13.520
3651
9869
2,7
Licinio de Almeida
785
12.349
5957
6392
48,2
Maetinga
368
13.686
1974
11712
14,4
Mirante
928
13.666
1279
12387
9,4
Mortugaba
671
12.598
4994
7604
39,6
Piripá
651
16.128
5248
10880
32,5
Planalto
723
21.707
12537
9170
578
Poções
963
44.213
31801
12.412
71,9
 Presidente J.Quadros
1.327
17.045
2913
14132
1,7
Ribeirão do Largo
1.222
15.303
4451
10852
29,1
Tremedal
1.779
21.200
3503
17697
16,5
Vitória da Conquista
3.204
262.494
225545
36949
85,9

IBGE. Censo Demográfico, 2000