A origem do café na região teve como instrumento principal o Plano de Renovação e Revigoramento dos Cafezais - PRRC, fruto de política do governo federal, implementado nos anos 70. Na ocasião algumas regiões baianas foram contempladas, dentre elas, a então denominada pelo IBGE de Planalto de Conquista. Antes disso, o plantio estadual – Santa Inês, Jequié, Chapada Diamantina – era insignificante, em sua maioria “lavoura de fundo de quintal”. Com os estímulos advindos dessa política, o café passa a ser plantado em grande escala e conforme outros padrões, assumindo a região do Planalto de Conquista a liderança no plantio estadual. De 46.000 covas, no primeiro ano, passou a 10.000.000, em 1974/75, representando, na época, 61% dos cafezais do Estado (SUDENE, 1982).
Embora afetado pela queda vertiginosa na rentabilidade nos últimos anos e
as incertezas que pairam sobre a sua sustentabilidade, o café, segundo entrevista realizada, ainda é a atividade com maior capacidade de absorção de
mão-de-obra e, por conseguinte, maior geradora de emprego e renda. Conforme
análise apresentada,
o
café hoje injeta na faixa de 150 a 200 milhões de reais por ano na nossa
cidade, desses 150 a 200 milhões, 75% ficam aqui na cidade, quer dizer vai para
a mão do empregado. Quando você compara uma atividade que injeta 150 milhões na
cidade e você pega o comércio que injeta, vamos dizer, 10 milhões por mês, que
vai dar 1 bilhão por ano, mas ele deixa na cidade 2 ou 3%, o resto manda para
fora, quer dizer é uma atividade (o café) que apesar de gerar uma menor
riqueza, deixa uma maior distribuição do dinheiro na cidade. Esse dinheiro fica
na cidade, na mão dos empregados, do comércio. É uma atividade extremamente
distribuidora de renda. Dentre as pessoas que moram em conquista, cerca de 50%
é considerado analfabeto, gente que tem o primário mal feito, analfabeto
funcional, semi-analfabeto, esse povo vai arrumar emprego em que? Só tem a
atividade de café. Mas o café não é
temporário? Sim, mas seis meses por ano, as pessoas
vão da cidade para trabalhar no café. Que
quantidade de café Vitória da Conquista produz hoje?
700 mil sacas. Esta quantidade é pequena
em relação a períodos anteriores? É, Conquista já chegou a produzir um
milhão de sacas entre 1976 e 1985. O ano retrasado (2005) nós chegamos a
produzir aqui umas 900 mil. Esta baixa na produção
tem a ver com queda de preço ou outros fatores?
É mais complexo, isto não é tão simples assim. Envolve política internacional,
políticas agrícolas, questões climáticas, entre outras. [1]
Região de Vitória da Conquista: municípios de maior produção
de café, por quantidade e área produzidas.
Municípios
|
Quantidade (toneladas)
|
Área (ha)
|
Barra do Choça
|
11.993
|
20.500
|
Vitoria da Conquista
|
4.300
|
7.800
|
Planalto
|
4.200
|
2.120
|
Encruzilhada
|
1.650
|
2.900
|
Poções
|
1.505
|
2.090
|
Ribeirão do Largo
|
1.350
|
2.500
|
Fonte: SEI, 2004.
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