segunda-feira, 3 de junho de 2013

Região de Vitória da Conquista: especificidades culturais


Para além dos aspectos possíveis de serem mensurados ou quantificados vale a pena destacar que a Região de Vitória da Conquista, diante do que é reconhecido como Bahia no plano nacional (ambiente praiano, muito calor, cerveja e carnaval, predomínio de população negra, entre outros), foge um pouco à regra.
Pela sua própria história e localização, em termos relativos, poder-se-ia dizer que ela, geográfica, cultural, social e economicamente é uma realidade distinta. De um lado isto tem a ver com a relação travada entre o sertão e o litoral ao longo dos tempos, aspecto que se aplica a todo o Nordeste. Mas de outro, talvez a localização próxima de Minas Gerais, e a combinação específica de atributos reais acabaram por lhe dotar de traços particulares que vão desde a comida até as vestimentas, a forma de encarar a vida e de se portar diante dela, as manifestações artístico-culturais, entre várias outras. Mesmo porque outrora a Bahia se restringia à Baía de Todos os Santos, diziam “quando alguém demandava o caminho da capital, ‘vou para a Bahia’; ‘serão baianos’ quando emigrarem, e, entre eles, o que são?” (OLIVEIRA, 2003).
Um traço a destacar, diz respeito à característica conservadora da sociedade regional, que no mundo de hoje (inconscientemente pelos que exercitam) para nós significa e possibilita a resistência aos novos processos ou modernidades típicas das grandes cidades brasileiras e de outras. Para muitas pessoas a felicidade se concretiza nos seus lugares, não sendo necessário para tanto se deslocar (viagens) mesmo a turismo para outros lugares, ao contrário, quando são obrigados a fazê-lo (normalmente em casos de doenças) se sentem totalmente constrangidos e infelizes. A região que como todas as outras, de maneira particular valoriza a aparência em detrimento da essência, o material e posição econômica em detrimento das idéias, o igual, comum em detrimento do diferente, alternativo, o branco em detrimento do negro, uma sociedade que, mesmo tapuia, tem como ideal o fidalgo.

Ela também é produtora de grandes nomes artísticos culturais de capacidade indubitável naquilo que realizam, a exemplo de Elomar Figueira (este, um exemplo perfeito para a situação conservadora colocada) e seu filho João Omar, considerado hoje destaque no estilo musical erudito, conforme programa recentemente (mês de março/2008) transmitido pela TV Cultura; Glauber Rocha, Gilberto Gil, entre outros. 

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