Para além dos aspectos possíveis de serem mensurados ou
quantificados vale a pena destacar que a Região de Vitória da Conquista, diante
do que é reconhecido como Bahia no plano nacional (ambiente praiano, muito
calor, cerveja e carnaval, predomínio de população negra, entre outros), foge
um pouco à regra.
Pela sua própria história e localização, em termos
relativos, poder-se-ia dizer que ela, geográfica, cultural, social e
economicamente é uma realidade distinta. De um lado isto tem a ver com a
relação travada entre o sertão e o litoral ao longo dos tempos, aspecto que se
aplica a todo o Nordeste. Mas de outro, talvez a localização próxima de Minas
Gerais, e a combinação específica de atributos reais acabaram por lhe dotar de
traços particulares que vão desde a comida até as vestimentas, a forma de
encarar a vida e de se portar diante dela, as manifestações
artístico-culturais, entre várias outras. Mesmo porque outrora a Bahia se
restringia à Baía de Todos os Santos, diziam “quando alguém demandava o caminho
da capital, ‘vou para a Bahia’; ‘serão baianos’ quando emigrarem, e, entre
eles, o que são?” (OLIVEIRA, 2003).
Um traço a destacar, diz respeito à característica
conservadora da sociedade regional, que no mundo de hoje (inconscientemente
pelos que exercitam) para nós significa e possibilita a resistência aos novos
processos ou modernidades típicas das grandes cidades brasileiras e de outras.
Para muitas pessoas a felicidade se concretiza nos seus lugares, não sendo
necessário para tanto se deslocar (viagens) mesmo a turismo para outros
lugares, ao contrário, quando são obrigados a fazê-lo (normalmente em casos de
doenças) se sentem totalmente constrangidos e infelizes. A região que como
todas as outras, de maneira particular valoriza a aparência em detrimento da
essência, o material e posição econômica em detrimento das idéias, o igual,
comum em detrimento do diferente, alternativo, o branco em detrimento do negro,
uma sociedade que, mesmo tapuia, tem como ideal o fidalgo.
Ela também é produtora de grandes nomes artísticos
culturais de capacidade indubitável naquilo que realizam, a exemplo de Elomar
Figueira (este, um exemplo perfeito para a situação conservadora colocada) e
seu filho João Omar, considerado hoje destaque no estilo musical erudito,
conforme programa recentemente (mês de março/2008) transmitido pela TV Cultura;
Glauber Rocha, Gilberto Gil, entre outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por comentar no Blog.